Depois de receber o doutorado em Matemática pela Universidade de Göttingen, em 1907, o físico alemão Max Born (1882-1970; PNF, 1954) foi obrigado a servir ao exército alemão, no Second Guards Dragoons “Empress Alexandra of Rússia”, estacionado em Berlim. Contudo , ele foi logo dispensado, ainda em janeiro de 1907, devido a um ataque de asma e, então, ele foi à Inglaterra, sendo admitido no Gonville and Caius College, em Cambridge e, por seis meses, esteve no Cavendish Laboratory, onde estudou Física Teórica com os físicos ingleses, Sir Joseph John Thomson (1856-1940; PNF, 1906) (cujas aulas o estimularam bastante) e Sir Joseph J. Larmor (1857-1942) (cujas aulas não foram por ele apreciadas, talvez pelo “sotaque” irlandês de Larmor [N. Kemmer and R. Schlapp, Max Born: 1882-1970 [Biographical Memoirs: Fellows of the Royal Society 17, p. 17 (1971)] e Física Experimental com físico inglês George Frederick Charles Searle (1864-1954). Depois ele voltou para a Alemanha, onde foi novamente re-convocado pelo Exército Alemão, desta vez servindo no Fist (Silesian) Life Cuirassiers “Great Elector” e, depois de seis semanas, foi novamente dispensado por questão de saúde e, então, retornou à UB.
Aliás, com relação às aulas de Searle, existe um fato curioso que é interessante registrar. Segundo o físico romeno-canadense Anton Z. Capri (n.1938) escreveu em seu texto Math Inspiration (fermi.phys.ualberta.ca/~bullet/capri.html), quando Born estava em Cambridge realizando um curso avançado de eletromagnetismo com Searle, ele tinha como colega uma jovem inglesa muito bonita, da vila Newsham, do distrito de North Yorkshire, tão tímida e retraída quanto o próprio Born. Por ocasião de uma experiência que eles faziam, houve certa dificuldade com o equipamento que estavam utilizando e Born dirigiu-se a Searle perguntando-lhe: - Dr. Searle, o que faço com este anjo(“angel”)? Percebendo que Born estava se referindo a um ângulo (“angle”), o Dr. Searle, que tinha um mordaz espírito de humor, olhando-os, baixou a cabeça e disse a Born: - Beije ela, homem, beije ela (“Kiss her, man, kiss her”). Capri não diz se houve o beijo, apenas disse que a timidez de Born aumentou mais.
Texto do professor Dr. José Maria Filardo Bassalo
Retirado do site: http://www.searadaciencia.ufc.br/folclore/folclore452.htm
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